O MAS apoia a greve climática estudantil

 

Em 2018, o Hemisfério Norte foi assolado por vagas de calor e de frio sem precedentes, bem como incêndios florestais na Califórnia, por toda a Europa e em sítios tão improváveis como a Escandinávia e o Reino Unido. Cheias, furacões e tufões de magnitudes inéditas afectaram milhões de pessoas em vários pontos do globo. A população de insectos está a cair a pique em todo o mundo, com 40% das espécies em declínio e um terço em perigo de extinção, com resultados catastróficos para os ecossistemas globais e para a agricultura.

 Em Portugal, depois dos incêndios mortíferos de 2017 e das secas que esvaziaram bacias hidrográficas até Março de 2018, o Verão trouxe temperaturas que bateram recordes em várias localidades, com Lisboa a atingir os 46º. Fica claro que 2018 foi um ano nunca visto no que a fenómenos climáticos extremos diz respeito.

 Sabemos que, actualmente, é um aumento de apenas 1.5º da temperatura global que nos separa do colapso civilizacional. Reunindo as alterações climáticas o consenso da comunidade científica desde o início dos anos 90, e após 24 conferências climáticas organizadas pela ONU – das quais resultaram acordos tímidos e não vinculativos sem efeitos práticos -, a Hora H chegou para a Humanidade.

 Perante a indiferença dos governos mundiais, estudantes por todo o mundo estão a seguir o exemplo da jovem activista Greta Thunberg e têm realizado greves estudantis todas as sextas-feiras desde Novembro de 2018 em 5 continentes. Apesar do apoio que este movimento tem recebido por parte de académicos, a resistência e a condescendência com que este movimento tem sido recebido por vários líderes mundiais é enfurecedora. Esta sexta-feira 15 de Março será o maior dia de protesto e greve estudantil até ao momento,com mais de 1200 cidades, em mais de 90 países, a mobilizarem-se.

 O Movimento Alternativa Socialista saúda a Greve Climática Estudantil que por cá se realizará em cerca de 30 localidades e junta-se aos protestos de uma geração que diz claramente aos seus políticos que “até começarem a focar-se no que tem de ser feito, em vez do que é politicamente possível, não há esperança” e que “se as soluções dentro do sistema são tao impossíveis de encontrar, então talvez seja preciso mudar o sistema em si.” (Greta Thunberg).

Porque o futuro não pode esperar, a 15 de Março os estudantes exigem:

  Redução da Neutralidade carbónica para 2030 e não 2050

  Aposta maior nas energias renováveis

  Impostos mais altos às empresas que excedam as emissões de carbono

  Maior e melhor monitorização dos rios para não haver despejos de residuos industriais tóxicos

  Melhoramento drástico dos transportes públicos

  Encerramento das duas centrais eléctricas ainda movidas a carvão (central de Sines e central do Pego)

  Proibição defnitiva da exploração de energias fósseis em Portugal

 

 

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