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Racismo na noite de São João


Na noite de São João, no Porto, Nicol Cunayas, uma jovem negra, de 21 anos, foi alvo de um violento ataque racista por parte de um segurança da empresa 2045, que trabalhava nessa noite nos autocarros. A jovem foi alvo de ofensas racistas: “tu aqui não entras, preta de merda” ou “pretas, vão apanhar o autocarro para a vossa terra”; foi brutalmente esmurrada; e depois violentamente imobilizada no chão. Nicol que se diz “um franguinho”, mede 1,59m e pesa 55 quilos.

A situação criou revolta entre as suas amigas e outros transeuntes que filmaram a situação. Nessa noite, a polícia que foi chamada ao local dos acontecimentos, ignorou a agredida, desconsiderou a situação de racismo e não deteve o agressor. Foram até pessoas no local e não a polícia que chamaram a ambulância.

Foi por determinação da jovem, que vive em Portugal desde os cinco anos de idade e tem nacionalidade colombiana, que se fez uma queixa à polícia no dia seguinte. O caso também se tornou público por insistência de Nicol, amigas e família. A Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) ainda não tomou posição sobre a situação.

Exigimos que este não seja mais um episódio esquecido pela instituição responsável por combater o racismo em Portugal.

Este caso demonstra que não vivemos num país de brandos costumes. Na verdade, Portugal é um país de “brancos costumes” onde o racismo é silenciado, institucionalizado e violento. Este caso também demonstra que existem pessoas corajosas: Nicol teve a coragem de expor a sua cara e denunciar, amplamente, a sua situação. O MAS está solidário com a Nicol!

 

Pedro Varela

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