Mais um caso de violência policial: até quando durará a impunidade?

No dia 14 de Junho, os rappers Hezbollah e LBC foram espancados pela PSP. Por volta das 5 horas da manhã, foram abordados junto à estação da Amadora, alegadamente por terem participado num episódio de violência com outros jovens. Foram algemados e agredidos na rua por policiais, que antes já tinham

disparado um tiro em sua direcção.

Na esquadra, a violência e a humilhação continuaram. A brutalidade foi tanta que, devido aos socos dados no seu abdómen, um dos rapazes vomitou, sendo logo a seguir atirado em direcção ao vómito para limpá-lo. Enquanto esteve algemado, foi ameaçado de morte e agredido constantemente. Depois de tudo isso, os dois jovens ainda foram acusados de agressão à integridade física, sem especificar a quem.

Este é mais um dos casos de violência policial que atormentam quotidianamente os sectores mais oprimidos da classe trabalhadora, como os jovens negros, os imigrantes e os moradores de bairros periféricos das grandes cidades.

Também nas últimas semanas veio a confirmar-se que MC Snake, o rapper assassinado pela polícia a 15 de Março, não desobedeceu a nenhuma ordem de paragem numa operação stop em Alcântara, em Lisboa, como alegaram os policiais envolvidos no seu assassinato. Através de uma gravação do 112, ficou demonstrado que houve disparos intencionais sobre o carro conduzidos por MC Snake, e não acidentais, conforme a versão da polícia.

Actualmente, frente à grande crise económica do capitalismo, o governo Sócrates decide perseguir os salários dos trabalhadores, mas nada faz contra os grandes banqueiros e empresários que nos exploram e estão envolvidos em escândalos de corrupção e roubo. A polícia não persegue os verdadeiros criminosos, mas usa cada vez mais a sua violência contra a classe trabalhadora. Até quando haverá impunidade nestes casos?

Exigimos que seja feita justiça e que estes agentes sejam julgados pelos seus actos criminosos. Toda a nossa solidariedade a estes dois jovens e a todos os outros que diariamente sofrem com a violência policial.

Pedro Varela

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