Há 6 anos o povo Sírio saiu à rua em massa contra Bashar Al-Assad. Este atirou sobre a população e fez os primeiros mortos. A resposta do ditador à oposição na rua abriu uma sangrenta Guerra Civil.
Assad usou tudo para manter o poder: assassinatos em massa, armas químicas, tortura em crianças e médicos, famílias inteiras assassinadas nas próprias casas, detenções arbitrárias, bombardeamentos indiscriminados, etc. Assad mandou libertar das prisões dezenas de islamistas radicais que foram engrossar o Daesh e a Al-Qaeda que Assad e Putin dizem agora combater. Passados 6 anos e vemos o seu efeito devastador: meio milhão de mortos, 5 milhões de refugiados, um país em escombros.
Ao mesmo tempo as potências ocidentais e a ONU, que hoje choram lágrimas de crocodilo, nada fizeram. Armaram apenas as facções anti-Assad que lhes eram obediantes e deixaram sem ajuda a maioria da população e os comités locais que lutavam contra Assad e as facções islâmicas radicais. O governo português mostra-se agora preocupado, mas durante anos nada fez. Obama e a ONU a mesma coisa. Já Donald Trump simpatiza com Assad e Putin.
O Daesh e outras facções islâmicas radicais também entraram no terreno. Eles não são os rebeldes, como Assad e Putin querem fazer querer. O Daesh não está em Aleppo, o bombardeamento à cidade não os atinge. Outras facções estão de facto misturadas com os rebeldes: como ninguém apoiou a revolução síria, foram eles que ganharam espaço.
O cerco e o massacre de Aleppo nada têm a ver com a luta contra o terrorismo. Assad e Putin têm dado pouco combate ao Daesh. A sua intenção é manter o domínio de Assad e a influência da Rússia na região. Grande parte da esquerda mundial apoiou estas intenções de Assad e Putin e recusam-se a mostrar solidariedade com as suas vítimas, como é o caso do PCP. As potências ocidentais, a UE e a ONU também disputam o controlo da região e querem parar o ingresso de refugiados na Europa. Os únicos que merecem o nosso apoio incondicional é o povo sírio cujo o único crime que cometeu é querer correr com o assassino Al-Assad.
Independentemente da posição que se tenha sobre o conflito sírio, não se pode apoiar o que se passa hoje em Aleppo. As mortes são indiscriminadas, não visam matar terroristas, mas todos os habitantes da cidade. Não foi sequer aberto um corredor humanitário digno desse nome. As potências ocidentais tentam aproveitar-se da comoção, mas nada fazem. Temos de ser nós, os trabalhadores e o povo, a levantar a nossa solidariedade!
Fim do regime de Assad!
Cessar-Fogo imediato em Aleppo!
Toda a solidariedade com o povo sírio!
Nenhuma confiança na União Europeia e EUA!