GroundForce

Greve Handling Aeroportuário: Esta greve é de todos para todos

Começa na próxima sexta a greve dos três dias no handling, 1, 2 e 3 de Julho.

Esta greve, a maior de sempre no sector, foi convocada por três sindicatos: SITAVA, STTAMP e SIMAMEVIP. A greve está convocada para todos os aeroportos continentais e das regiões autónomas, para todas as empresas de handling (SPdH/Groundforce e Portway) bem como para as empresas da precariedade que operam no sector (RH+, Inflight Solutions, Multitempo, Cross Staff, etc.).

A greve é contra a liberalização do sector do handling, contra o modelo de baixos salários e precariedade que tem vindo a alastrar de ano para ano pelos aeroportos nacionais. Exige assim a revogação do despacho que liberaliza o sector e pede um CCT (convenção colectiva de trabalho) que regulamente a assistência em escala garantindo desta forma os postos de trabalho sem perda de salário e antiguidade.

A anulação do despacho significa o anulamento do concurso de licenças que se arrasta há anos e que nos últimos dias, subitamente, teve desenvolvimentos. Estão já atribuídas licenças definitivas para alguns aeroportos em algumas áreas, por exemplo a carga em Faro é agora da Barraqueiro, sim a do senhor Pedrosa, do consórcio Gateway que detém e gere a TAP. Em Lisboa Pedrosa também já tem a porta aberta, estão já atribuídas licenças preliminares para a Barraqueiro e a Groundforce (recorde-se que a Portway não precisa pois é detida pela empresa que detém a infraestrutura aeroportuária e como tal está dispensada de concorrer). Está assim lançada a rede para agarrar o handling e com a guerra da concorrência que virá, se não travarmos o processo, nivelarem salários e direitos por baixo.

Desde Março que está nas mãos deste governo PS, apoiado parlamentarmente pelo Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, mais precisamente na mão do ministro da tutela, assinar a anulação do despacho liberalizador. A espectativa criada neste governo começa assim a esmorecer, e se nos próximos dias nada fizer para estancar o que se passa nos aeroportos portugueses começa a ficar cada vez mais claro para os trabalhadores para que serve este “governo de esquerda”.

Há que fazer dos dias 1, 2 e 3 uma grande greve, uma greve histórica nos aeroportos e dar o sinal que a luta é para continuar. Os sindicatos têm que marcar já um plenário para fazer o ponto da situação pós-greve, para serem os trabalhadores a decidir como continuar a luta. Os estivadores apontaram o caminho, contra a precariedade, e os trabalhadores do handling estão cá para participar na construção do mesmo caminho: contra a precariedade e as leis liberalizadoras, somos todos handling somos todos estivadores somos todos trabalhadores.

O MAS – Movimento Alternativa Socialista – está solidário com esta greve do handling aeroportuário e irá participar na sua construção.

Carlos Ordaz – Membro da Comissão de Trabalhadores da SPdH/Groundforce

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