Carta Aberta a Sampaio da Nóvoa, Marisa Matias e Edgar Silva
A direita teve durante quatro anos o que sempre quis: um governo, uma maioria e um presidente. Cavaco, Passos Coelho e Paulo Portas aproveitaram estes anos para vender o país e castigar os trabalhadores pelos crimes dos seus amigos banqueiros.
A direita obedeceu cegamente a Merkel e enterrou a soberania do país para impôr uma austeridade sem fim.
Os trabalhadores e o povo, nas ruas e depois nas urnas correram com a maioria e abriram espaço para derrotar Passos e Portas. É necessário levar esta luta até ao fim. Essa batalha da esquerda passa, também mas não só, por derrotar o candidato presidencial da direita, o mentiroso professor Marcelo.
Por isso acreditamos que, mais uma vez, não se entende como os três candidatos à esquerda – Sampaio da Nóvoa, Marisa Matias e Edgar Silva – se candidatem separados. Arriscam-se a entregar a presidência a Marcelo Rebelo de Sousa na primeira volta. Muitos opinam que vários candidatos à esquerda serão mais mobilizadores e obrigarão Marcelo a ir a uma segunda volta. Infelizmente sabemos que não é assim. Foi a divisão da esquerda que permitiu que Cavaco ganhasse à primeira volta em 2006. Hoje, só uma candidatura unitária e mobilizadora à esquerda pode arrancar votos à abstenção e ao centro-esquerda e derrotar Marcelo.
São necessárias algumas bandeiras mínimas para unir a esquerda. É necessário afirmar que a soberania do país é mais importante que os ditames de Merkel ou que a ditadura do Tratado Orçamental e do euro. E que para ser soberanos devemos ter a economia nas nossas mãos, pelo que é necessário reverter privatizações como a da TAP.
O aumento imediato do salário mínimo para 600€ não pode ser decidido por um presidente, mas deve ser defendido por uma candidatura de esquerda. É, por fim, uma exigência mínima, que se cumpra as decisões do Tribunal Constitucional: os salários da Função Pública devem ser repostos já e os seus cortes não podem ser prolongados sob a forma enganosa de uma “devolução”. Isso é contra as decisões do Tribunal Constitucional.
Combater a direita é necessário para impôr esta visão. Porém, infelizmente o novo governo do PS, apoiado por BE e PCP também não dá garantias de devolver o que foi roubado. É preciso por isso uma candidatura que não fique refém de quem tem governado o país, a direita e o PS e que seja capaz de unir a esquerda contra a austeridade.
Apelamos aos únicos candidatos que podem dar corpo a este desafio – Sampaio da Nóvoa, Marisa Matias e Edgar Silva – que cheguem a acordo para convocar um grande encontro das esquerdas para tomar esta decisão.
Nestas presidenciais, a esquerda precisa de um candidato único para vencer a direita e a austeridade!
