Vota AGIR

Porque é que o voto mais útil é na Coligação AGIR PTP-MAS?

As sondagens mentem para dar à Coligação PSD/CDS um fôlego que não tem e para forçar o voto útil no PS.

Acreditamos que o mais provável no próximo dia 4 é o governo ser mais castigado do que qualquer sondagem dá a entender. Não é caso para menos: o país não está melhor com este governo. Pelo contrário, este governo foi campeão das privatizações, dos cortes e da subida de impostos. O desemprego não está controlado, mas disfarçado – registou uma subida no último mês – e os salários desceram mais de 10% em média com este governo, chegando a uma perda de 22% na Administração Pública. Com tudo isto a dívida não se reduziu, mas disparou para os 130% do PIB e o défice tão pouco está controlado. O buraco do BES/Novo Banco fez o défice de 2014 disparar para cima dos 7% e soube-se agora a Ministra das Finanças procurou esconder 157 milhões de prejuízos resultantes do BPN.

O PS é mais do mesmo

O PS não é alternativa. As medidas de austeridade já tinham começado no governo de José Sócrates com os PEC’s. António Costa se for eleito irá retomar essas medidas. Costa nem sequer pretende devolver o que foi tirado pela direita, além de congelar as pensões e preparar um novo tipo de contrato de trabalho mais precário.

Claro que muitos votam em Costa não por verem nele uma alternativa, mas por quererem correr com Passos Coelho. Vale lembrar que foi assim que PSD e CDS chegaram ao governo: muitos portugueses, para correr com Sócrates votaram na direita. Foi útil votar na direita para correr com Sócrates? Votar PS é votar em mais quatro anos iguais aos porque passámos.

E votar numa esquerda parlamentar dividida? Será útil?

A cobertura mediática desta campanha eleitoral tem sido particularmente perversa. Além da pressão do voto útil, CDU e BE surgem como as únicas opções de voto para quem quer romper não só com a direita mas também com a política de austeridade. O voto na CDU e no BE será o mais útil para esse efeito? Acreditamos que não.

O centro de uma política de esquerda que queira verdadeiras mudanças, não se pode resumir a pedir o reforço da CDU ou a manutenção dos deputados do BE. Esse tem sido o caminho da esquerda até hoje, lutar para ter mais deputados, e não tem servido para parar a austeridade. As tarefas centrais da esquerda hoje são: acabar com os governos PSD, CDS e PS e com a austeridade, o que implica um confronto com a Europa de Merkel e sua moeda, o euro. Está provado que a estratégia da CDU e do BE, a mesma há mais de dez anos, não cumpre esse efeito. Por um lado ao manterem-se divididos, BE e CDU abrem o caminho ao PS e à direita. Se tivemos um governo da direita estes últimos 4 anos foi porque BE e PCP, depois de, e muito bem, ajudarem a derrotar Sócrates, não terem concorrido coligados em 2011, e por isso entregaram o governo à direita. Pior ainda: a única disponibilidade que estes partidos parecem ter, ainda que de forma envergonhada, é para arranjos pós-eleitorais com o PS. Catarina Martins tomou a iniciativa de, no debate com António Costa, propor uma conversa pós-eleitoral com o PS, sem que colocasse o centro do programa do BE, a renegociação da dívida, como condição. Ou seja, Catarina Martins está disposta a ser eleita com base na proposta de renegociação, mas a negociar um governo onde essa proposta não é uma condição. Jerónimo de Sousa vai pelo mesmo caminho: sem nunca deixar de criticar o PS, nunca nega a possibilidade de um acordo. Não se trata aqui de especular se BE ou CDU irão governar com Costa ou apoiar um eventual governo PS – adiantamos que é pouco provável – mas perguntamos se é útil reforçar o voto naqueles que, por se negarem a unir-se, e por não se negarem liminarmente a governos com o PS, continuam a fomentar a ideia de que só são possíveis governos ao centro.

Ao mesmo tempo, estes dois partidos, parecem não ter aprendido as lições do governo Tsipras e continuam com posições dúbias quanto ao euro. Jerónimo de Sousa tem defendido um estudo sobre a saída de Portugal do euro para “saber se Portugal tem ou não possibilidade de se desenvolver sem estar amarrado à moeda única ou se existe alternativa (…) nessa preparação até se pode concluir que não”. A posição do BE sobre o euro é ainda mais envergonhada.

Será útil votar numa esquerda ´”patriótica” que não sabe se Portugal é viável fora do euro? Será útil votar numa esquerda que conscientemente se mantém dividida sem tentar impedir mais governos da direita ou do PS? Será útil votar numa esquerda que não se nega a acordos pós-eleitorais com o PS? Acreditamos que não, que seria mais útil os trabalhadores terem deputadas e deputados que, sendo contra a austeridade e a corrupção, não estejam presos ao comodismo parlamentar de PCP e BE e que possam até obrigar esses partidos a mudar.

Novas alternativas, velhas políticas

Há, como se sabe, uma constelação de novas forças políticas e outras que, não sendo novas, surgem hoje com maior visibilidade. Em geral, estes concorrentes pequenos, padecem do mesmo mal dos maiores: teimam a perpetuar a divisão de quem luta contra a austeridade e não têm uma visão coerente face à austeridade e ao euro.

O PDR de Marinho e Pinto não pode ser levado a sério: é um partido de conveniência para um personagem que se deu a conhecer contra a corrupção, mas que não abdicou dos 18 mil euros que recebe no parlamento europeu e que, pelo contrário, se colocou como candidato por Coimbra para não ser eleito e manter esse ordenado milionário. Uma vergonha de um partido que tão pouco nega coligar-se com a direita ou o PS. O LIVRE é uma versão urbana do PDR, que não tem política face ao euro e à dívida e que, coerentes com isto, se propõe a governar com o PS. Por mais que haja muita gente de esquerda com esperanças neste partido, o voto no LIVRE funciona como um voto envergonhado no PS.

O PAN expressa uma importante preocupação da sociedade com os animais e a natureza. Mas não é uma alternativa séria. Negou-se também a reforçar qualquer coligação contra a austeridade – mas na Madeira nas últimas eleições coligou-se com o PS – mas não nega acordos com qualquer partido num cenário pós-eleitoral. Perguntamos: será possível ajudar os animais e a natureza sem ter uma guerra sem tréguas à austeridade, ao PS e à direita? Já o MRPP, um velho partido que quer eleger pela primeira vez, tem uma posição correcta sobre o euro, embora não tenha qualquer política para a fazer chegar mais longe, pelo contrário, quer apenas usar essa posição para eleger o seu próprio deputado. De resto também este partido ajudou a dividir a esquerda, negando-se a qualquer coligação, com o MAS nomeadamente, e ao mesmo tempo mantendo sempre portas abertas ao PS – tal como o BE, o MRPP esteve ao lado de Sócrates e Alegre nas últimas eleições presidenciais. Lembremo-nos que o mesmo Garcia Pereira que colocou em Tribunal o deputado Madeirense José Manuel Coelho, fazendo coro com o Jardinismo, veio defender que José Sócrates era uma vítima da “extrema-direita”.

Vota AGIR, junta-te ao MAS!

A Coligação AGIR PTP-MAS foi a única tentativa de unidade à esquerda, para contrariar a fragmentação, e pode ser, se tiver um bom resultado, um catalisador para uma convergência contra a austeridade nas ruas e em futuras eleições. É a única força em Portugal que expressa a reconfiguração à esquerda, de que o Syriza e a Unidade Popular gregas e o Podemos espanhol são os expoentes mais conhecidos, sem cair no divisionismo, sem querer apoiar o PS e sem cair na esparrela de dizer que a saída do euro seria uma catástrofe a evitar a todo o custo. Por isso é útil concentrar votos na Coligação AGIR PTP-MAS e garantir que tem uma boa votação. Todos os votos na Coligação AGIR são úteis para renovar a esquerda e procurar convergências e sem medos da ditadura da dívida e do euro.

Faz falta uma esquerda que lute por um novo 25 de Abril, que não tema a palavra revolução. Essa esquerda é o MAS e essa voz, nestas eleições, é a Coligação AGIR PTP-MAS. Vota AGIR, junta-te ao MAS!

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