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Sobre as agressões homofóbicas na festa do Avante!

Após a última festa do Avante! surgiram várias denúncias de agressões por parte de seguranças (militantes do partido) a participantes da festa, com especial destaque para uma agressão a um jovem galego por homofobia. As acusações são muito graves, o relato descreve uma situação de tortura que mesmo regimes que roubam e oprimem a maioria da população, oficialmente condenam.

Não sabemos naturalmente o que aconteceu naquela noite, mas vamos aos factos. O PCP apoiou e apoia regimes como o Cubano, Chinês ou Angolano brutalmente LGBTfóbicos (que reprimem as Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trans) sem nunca criticar, inclusive teorizavam juntos que as LGBT eram uma degeneração provocada pelo capital e pela burguesia; o PCP nunca teve uma postura activa pelos direitos LGBT, quando era chamado a responder fugia do assunto ou tinha declarações no mínimo tristes; nunca apoiou as marchas LGBT; votou sucessivamente contra a adopção, tendo apenas na última votação mudado de posição sem fazer uma autocrítica sobre as votações anteriores. Lembramos também quando Arménio Carlos (dirigente do PCP) chama de “escurinho” a um representante da Troika, perante as criticas o PCP apenas as desvalorizou. Não criticamos os muitos militantes do PCP que não partilham desta posição, nem nos referimos a atos isolados de militantes, mas sim as posições e actuação da direção do partido e da sua política oficial e pratica.

Sobre o caso especifico da agressão no Avante! não vemos, infelizmente, uma alteração da política do PCP. Perante uma acusação tão grave apenas dizem que se trata de um ataque eleitoral, para mais tarde, sobre pressão, emitirem um comunicado agressivo dizendo que não foi por um beijo mas por sexo oral em público, culpando o Expresso e o agredido por tudo. Nenhuma organização está livre de algum militante ou grupo de militantes seus façam erros ou barbaridades que a organização de conjunto condena, mas a reação do PCP é fugir da questão, proteger os agressores e descredibilizar e atacar o oprimido. Em nenhum momento diz que está ou esteve a averiguar o que se passou, que o combate à LGBTfobia é uma luta permanente ou algo que aparente preocupação com as LGBT que diariamente sofrem violência.

A esquerda tem a obrigação de ser implacável com qualquer tipo de opressão, mesmo nas suas fileiras nem que para isso tenha que perder militantes. A luta por uma sociedade diferente não pode conviver com a LGBTfobia, o machismo, racismo ou xenofobia. Estas ideologias estão ao serviço de quem nos quer controlados, que nos quer explorar melhor porque estamos todos divididos apesar de sermos todos explorados em conjunto e que nos quer reprimir. Pode parecer errado a esquerda estar a atacar-se entre si ou mesmo que estamos a fazer coro com o Expresso, PS, etc. mas é a ausência da esquerda no combate à opressão dá espaço a que o Expresso, outros sectores de direita ou o PS surjam como os grandes defensores dos oprimidos quando na realidade são o oposto. Não vamos ser coniventes.

O MAS está do lado de todos e todas os que sofrem opressão e chama todos eles e todas elas a se juntarem à luta por uma sociedade diferente em que casos destes sejam uma lembrança da pré-história da humanidade.

» Pelo fim da violência sobre as LGBT

» Pela direito à família sem homofobia

» Por um plano público nacional de combate à LGBTfobia

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