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Greve dos trabalhadores na EFACEC sai vitoriosa

Após um prolongado braço de ferro entre a administração e os trabalhadores da EFACEC, os trabalhadores, após plenário, decidiram aceitar um aumento de 55€ (para os salários mais baixos) e recuperação de direitos que lhes tinham sido subtraídos.

O MAS esteve presente nesta luta, que teve 11 paralisações parciais (duas horas por turno) ao longo dos dois últimos meses. Os aumentos de 55€ vão ser atribuídos aos que recebem até 800€ (a maioria dos trabalhadores). Quem recebe até 1010 euros fica com um aumento de 50 € e a partir dos 1010 euros o aumento é de 25€. O tempo dado pela empresa para consultas médicas e assistência ao agregado familiar voltou ao que era e no caso de doença, podem faltar até 3 dias, sem necessitar de recorrer a baixa médica. Recuperaram também a possibilidade a poder fazer pontes, dando estas horas à empresa ao longo do ano.

No quadro de apenas contarem com as suas forças e de não existir mobilização contra a austeridade e o governo que fortalecesse a sua luta, os trabalhadores não alcançaram o aumento de 80€ que reivindicavam. Ainda assim, a recuperação de direitos importantes a juntar ao aumento conseguido são uma vitória para os trabalhadores.

A administração comprometeu-se também a rever a situação contratual de alguns trabalhadores que há vários anos desempenham funções diferentes das que estão previstas no contrato, e por isso, recebem menos do que deveriam.

Recordemos que, nos primeiros dias de greve, a administração considerava “injustificada” a indignação dos trabalhadores e recusava-se a dialogar. Só a participação activa, persistente e determinada de um grande número de trabalhadores, concentrados à porta da fábrica, permitiu este desfecho.

Ao longo da greve a eficiência do piquete foi aumentando, a administração tentou que a polícia resolvesse este problema, mas também ela se viu impotente perante a unidade dos trabalhadores. Perante as denúncias dos valores da frota automóvel, dos aumentos aos administradores, das regalias e privilégios destes, a administração foi obrigada a dialogar e a aceitar os aumentos salariais.

Da parte dos trabalhadores, além das conquistas, houve outras duas vitórias. Uma, foi a unidade para lutar, superando a divisão que reina na maioria das empresas do país, essa unidade foi garantida pela democracia nas decisões e pelos combativos piquetes de greve. Outra, foi o ganho de confiança em si mesmos, sabendo que não podem ficar à espera e que são eles quem estão na ofensiva agora, por exemplo para reivindicar o fim dos privilégios dos administradores.

O MAS considera que a mobilização colectiva dos trabalhadores na EFACEC mostra que é possível vencer, mas para isso é imprescindível lutar. Esta luta deve abrir novos horizontes para os trabalhadores de outras fábricas do país, onde os salários são baixos e a precariedade floresce.

 

Pedro Queirós

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