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São os trabalhadores da Autoeuropa que garantem o crescimento do Grupo VW

Na semana passada veio a público o pré-acordo que resultou de negociações entre a Comissão de Trabalhadores e a Administração da Volkswagen Autoeuropa. Este processo dá-se num contexto em que, apesar da propaganda governamental, o país continua numa crise profunda.

Basta olharmos para as nossas famílias e amigos e encontramos uma realidade onde a instabilidade no trabalho e os baixos salários são vistos como mal menor perante o pesadelo do desemprego. Ao mesmo tempo, entre aqueles que enriquecem às custas da destruição da vida de quem trabalha, ou quer trabalhar, a impunidade impera. Não bastasse o BPN, está aí o BES para demonstrar que este governo tem mão pesada para nós, mas faz vista grossa para os banqueiros.

Este cenário de crise empurra-nos para pensar que na Autoeuropa não temos motivos para reclamar nem questionar. Muitas vezes nem pensamos no facto de que a VW é uma multinacional com um lugar de topo no mercado automobilístico, com presença em dezenas de países e cuja dimensão lhe permite anualmente milhares de milhões de lucro.

Contudo, a Autoeuropa, e tudo o que nela se passa tem impacto na vida de todos os trabalhadores do país. É uma empresa que representa pelo menos 1% do PIB nacional, influencia diretamente a vida de dezenas de milhar de famílias e sendo uma empresa alemã em Portugal, tem sido usada também para lavar a cara do governo de Merkel muito conotado com a austeridade que por cá se faz sentir.

O que nesta empresa se conquista tanto de aumento salarial como de outros direitos, ajuda a construir um padrão para os trabalhadores portugueses onde a precariedade e os baixos salários devem perder terreno. E é isto que também se discute neste processo de negociação.

Tendo em conta a importância da empresa no país e também o crescimento que o Grupo VW mantém (acima de 10% na primeira metade de 2014), achamos que nestas negociações a Administração deve ir mais longe. Tem de haver garantias sobre a criação de postos de trabalho com os investimentos recentes, o aumento salarial pode ir mais longe principalmente nos escalões mais baixos e o pagamento do trabalho extraordinário deve voltar ao praticado anteriormente.

O MAS está solidário com os trabalhadores da Autoeuropa neste momento tão importante. Temos a certeza que quanto melhor for o acordo conquistado, melhor será também o exemplo para os trabalhadores, amigos e familiares de outras empresas. Ao contrário do orçamento apresentado por Passos e Cia para 2015, precisamos de um país que pare de sangrar a nossa economia para pagar uma dívida da qual sabemos muito pouco, que ao invés de emagrecer o nosso salário com aumento de impostos, obrigue quem levou o país à crise a pagar pelos crimes económicos que cometeu.

É esta a luta para a qual o MAS pretende contribuir e é por isso que neste processo de negociação estamos com os trabalhadores da Autoeuropa.

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