Porque defendemos para já um salário mínimo de 600 euros?

Não é difícil perceber que quem recebe actualmente 600 euros de salário em Portugal continua a viver com extrema dificuldades para pagar uma habitação e alimentação condigna, gastos na educação e saúde seus ou dos seus familiares, sem contar com gastos que se deveria ter em cultura ou lazer.

Esta realidade ajuda a compreender porque mais de 10% da população com emprego em Portugal vive no limiar da pobreza (mesmo com um salário ao final do mês).  Mas porque defende o MAS o aumento para 600 euros já do salário mínimo nacional (SMN)? E não defende já um aumento para valores próximos ao salário mínimo de outros países europeus (ex: Grécia com 684 euros ou Espanha com 753 euros) ou então um aumento mais modesto (ex: CGTP que defende 515 euros)?

Obviamente que estamos e estaremos ao lado de todos os que lutam por um aumento do SMN (incluindo pelo aumento de 0,34% do SMN proposto pela CGTP). No entanto, como o recente estudo do economista Eugénio Rosa demonstra, para manter o poder de compra do SMN de 1974 (quando este foi criado), o SMN em 2014 deveria subir para 584 euros. Tendo em consideração também que nos últimos 5 anos o número de pessoas a receber o SMN aumentou significativamente (passou de 7,4% para 15,2%), um aumento significativo do salário mínimo ajudaria a vida a milhões de portugueses e permitiria um maior consumo de bens essenciais.

Notas

1 – Artigo do Correio da Manhã “Só mais 105€ repõem poder de compra

2- Estudo de Eugénio Rosa – Economista

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