25 de novembro é o dia internacional pela eliminação da violência contra a mulher, seja ela física, psicológica ou social. 70% das mulheres já sofreu algum tipo de violência.
Um terço já sofreu violência ou abuso sexual. Em Portugal, dos crimes direccionados para a APAV (associação de apoio à vítima) em 2012, 84% são de violência doméstica, dos quais 36% maus tratos psíquicos e 27% físicos. Face a 2011, os crimes sexuais e de injúrias praticamente duplicaram. São números escandalosos e o agravar da crise piora a situação.
Há mulheres que são duplamente vítimas. São aquelas que dependem do seu trabalho e que estão a sofrer com a austeridade. Elas são as mais afectadas pelo desemprego, são as que recebem salários mais baixos. É sobre elas que recai a maior parte das tarefas domésticas e que, muitas vezes, mantêm relacionamentos porque não têm autonomia financeira para sobreviverem de forma independente. São também elas que vêm o seu emprego em risco por ter filhos. Por isso é tão importante que haja creches e lares públicos.
Enquanto os ricos e banqueiros continuam a desfrutar com a crise, a austeridade continuará a trazer mais desigualdades sociais, aumentando as diferentes formas de violência sobre a mulher. Por isso dizemos, Governo e Troika, Rua!
Hoje chamamos a atenção para este problema, mas esta é uma luta diária. A dor de cada mulher é a dor de cada uma de nós. É preciso que as mulheres trabalhadoras se unam para se defenderem. Só organizadas e com solidariedade mútua poderemos resistir à violência e à austeridade.
Sofia Rajado
Leia aqui a folha especial sobre a mulher de novembro 2013