Em dia de Greve Geral e no seguimento da manifestação convocada pela Plataforma 15 de Outubro e da Concentração convocada pela CGTP, cerca de 300 manifestantes depois de chegar a São Bento, considerou importante continuar por outras ruas a sua luta.
Estas pessoas seguiram pelas ruas em manifestação, com a PSP a encabeçar este protesto e a cortar o trânsito à medida que se avançava. Sem nunca lhes ter comunicado que deveriam terminar, ou que estariam a cometer alguma ilegalidade, a PSP transportou os manifestantes para “um beco sem saída”. Perto do Viaduto Duarte Pacheco, cercou-os e identificou-os (226 manifestantes!!!) um a um, num processo que durou horas, impossibilitando os manifestantes de se deslocarem, terem acesso a alimentos, água, casas-de-banho, etc. E, como se não bastasse, no dia seguinte ainda tiveram que se apresentar em Tribunal, num processo que, mais uma vez demorou horas e não está terminado. Numa altura em que seguimos com tanto espanto e interesse os protestos que se vivem noutros países, consideramos que este foi um processo intimidatório por parte da PSP, a mando do Governo, no sentido de calar e amedrontar os manifestantes, para que estes se inibam em sair à rua.
O MAS está totalmente solidário com estes activistas, detidos de forma leviana, num atropelo à democracia, liberdade e direito de manifestação.
Com este incidente, os media vieram rapidamente informar a população de que estes activistas se preparavam para cortar o trânsito no Viaduto Duarte Pacheco, com acesso à Ponte 25 de Abril, sem tentar compreender o fenómeno no seu conjunto.
A juventude em Portugal, assim como o restante povo, estão cansados da crise. No caso da juventude, em que os números do desemprego, precariedade e emigração são elevadíssimos, o desespero começa a instalar-se. O povo sente-se aniquilado e a perder os seus direitos no acesso ao pleno emprego, saúde, educação, habitação, etc etc. Enquanto isso, o dinheiro do Estado é canalizado para pagar a banqueiros, grandes grupos económicos, como por exemplo o caso BPN. O dinheiro não desapareceu, e esses grandes corruptos continuam impunes.
Perante tal brutalidade e radicalidade por parte do Governo de Passos Coelho e Paulo Portas em impor medidas de austeridade ao povo, a mando da Troika, é perfeitamente normal que o povo saia à rua e sinta vontade de cortar as ruas e demonstrar que está insatisfeito com este Governo que lhes corta a vida. Por isso estamos solidários com estes manifestantes, consideramos urgente continuar a sair ás ruas de forma massiva a exigir a queda do governo e tomar como exemplo as lutas que se travam noutros países como a Turquia ou o Brasil.