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Greve Geral: lições para o futuro

As lições parecem evidentes: quando convocados os trabalhadores lutam. A Greve Geral e a greve dos professores demonstram-no. A política de austeridade permanente do Governo e da Troika assim como os exemplos das revoltas no Brasil e a Turquia, dissipam a desmoralização momentânea que o desemprego e a dureza das lutas por vezes trazem. E por isso podemos entender que se podia ir mais longe.

Não falta vontade para lutar por parte de quem trabalha. Por vezes essa vontade escapa às direções da CGTP – para não falar da UGT, apesar da retórica do seu novo líder – e mesmo a movimento como o Que Se Lixe a Troika, que depois de convocar grandes mobilizações parece ter-se eclipsado.

O exemplo dos sectores organizados – como o Metro de Lisboa, os Estivadores, os STCP, a Carris ou outros – demonstram que se os jovens trabalhadores precários – dos Call-Centers, do retalho ou até de algumas indústrias, onde a sindicalização é escassa assim como as greves – estivessem organizados e sindicalizados, poder-se-ia unir toda a classe trabalhadora e levantar greves a que nenhum governo resistiria.

Porém o sindicalismo tradicional abandonou esse desafio e entrega assim centenas de milhares de trabalhadores ao patronato. Ao mesmo tempo, os exemplos da Turquia, da Grécia, onde foi reativada a televisão pública, e sobretudo do Brasil, onde o governo recuou no aumento dos transportes, mostram como os calendários de luta da CGTP e mesmo de movimentos como o Que Se Lixe a Troika, com lutas fortes mas de 6 em 6 meses, não servem.

A Greve foi boa, mas só voltamos às ruas daqui a seis meses? As lutas vão parar para o país se centrar nas eleições autárquicas? Novas manifestações só quase no Natal? Porque não manter o povo e os trabalhadores na rua e nas lutas, como no Brasil e na Turquia, dia após dia, semana após semana? Só assim se arrancam vitórias.

A Greve Geral foi um sucesso, porém de pouco servirá se não tiver continuidade. Há que manter a temperatura elevada, se a luta tirar férias, a austeridade não irá a banhos e miséria e o desemprego, assim como o seu governo, ensombrarão os próximos meses e anos.

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