Cerca de 350 pessoas, vindas de Barcelos, Porto, Coimbra, Marinha Grande, Lisboa, Amadora, Almada, Setúbal e Algarve, lotaram o salão principal do Mercado da Ribeira no dia 6 de abril, para participar da 5ª festa nacional da corrente que deu origem ao Movimento Alternativa Socialista (MAS).
A primeira atividade da festa foi o debate sobre a dívida pública e o euro, com a presença da professora Teresa Alpuim, da Faculdade de Ciências de Lisboa, e de Manuel Afonso, pela direção do MAS. O debate foi bastante concorrido, nele participando cerca de 80 pessoas, com intervenções e perguntas aos oradores. A ideia central apresentada ao debate foi a necessidade de discutir a saída de Portugal do euro como forma de romper com o rumo que o país está a tomar. O exemplo do Chipre, país no qual a população foi surpreendida com o encerramento dos bancos, limitações de saque e confisco das contas correntes, por determinação da troika, exemplifica bem o caminho que o país está a seguir.
O jantar começou por volta das 20 horas, com a sala cheia, seguido pelas intervenções de Vasco Santos, sindicalista de Barcelos; Sofia Rajado, da Plataforma 15 de Outubro; do representante de Corriente Roja, de Espanha; e Gil Garcia, da direção do MAS.
Ao analisar o momento político do país, Gil comentou a derrota do governo no Tribunal Constitucional (TC), com o chumbo do pretendido corte dos subsídios de férias dos funcionários públicos e reformados, atribuindo este resultado à luta da população, na grande manifestação de 2 de março, nas greves e mobilizações contra ministros de Passos Coelho, como as “grandoladas”.
Em todas as intervenções, apelou-se à participação dos presentes na recolha de assinaturas para que o MAS possa submeter rapidamente um novo pedido de legalização ao TC. O TC indeferiu o pedido de inscrição do MAS como partido político, uma decisão qualificada pelo bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho e Pinto, como uma “discriminação ilegal” e uma decisão política.
A 5ª festa do MAS comprovou a força de um movimento que não para de crescer e de suas propostas para responder à crise que o país atravessa: suspensão do pagamento da dívida externa para que se possa investir no emprego e no crescimento económico, unidade da esquerda para acabar com o rotativismo PS-PSD-CDS que levou o país ao desastre, prisão para quem roubou e endividou o país, fim dos privilégios dos políticos e consulta popular para decidir se devemos ou não continuar no euro.
A autoritária resposta do governo à decisão do TC de considerar inconstitucional várias medidas contidas no Orçamento de 2013, ameaçando a população com mais e violentos cortes nas áreas da segurança social, saúde, educação e empresas públicas, não pode ser tolerada. É preciso irmos de novo às ruas, e de lá não sairmos até que este governo se demita. Lá estaremos ao lado dos jovens e trabalhadores para construir, nos locais de trabalho, nos bairros e nas escolas uma alternativa à bancarrota trazida pelos governos do PS e da direita e pela troika.