FMI ataca direito à maternidade

O FMI voltou à carga para mostrar quem é que manda no governo de Passos Coelho. Depois de tomarmos conhecimento da “bíblia” do governo, isto é, as recomendações do FMI para cortar 4 mil milhões de euros nos já minguados benefícios públicos usufruídos pela população, o seu representante na troika disse que a taxa social única paga pelos patrões tem de baixar; que as deduções fiscais na educação, saúde e habitação deveriam ser mais cortadas do que já foram no orçamento deste ano; que o IVA cobrado pelos eventos culturais e pelo vinho deveria subir de 13% para 23%; e que o subsídio de maternidade deveria ser tributado.

Numa situação em que a taxa de natalidade portuguesa não para de baixar em virtude do desemprego, dos baixos salários e da incerteza em relação ao futuro, o FMI quer piorar ainda mais a situação. Só as mulheres da elite, como a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, que já vai no quarto filho, é que podem se dar ao luxo de procriar. A grande maioria das mulheres e dos homens que querem ter filhos não pode tê-los devido às medidas que o governo do qual Cristas faz parte impõem aos trabalhadores e à juventude.

Esta é a justiça do governo e da troika, que devemos continuar a contestar de forma cada vez mais forte. É preciso um novo 15 de setembro para obrigar governo e FMI a recuarem no seu objetivo de desviar 4 mil milhões de euros para pagar os juros da dívida e engordar os cofres dos banqueiros às custas de cortes nos empregos, nos salários e nas pensões e de aumentos nos custos suportados pela população na saúde e educação.

Para demonstrar a nossa indignação vamos todos participar da concentração “Vem ao FMI mostrar quem manda aqui!”, no dia 30 de Janeiro, às 18 horas, em frente à sede do FMI (Avenida de República, 57, Lisboa).

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